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Campanha da Fraternidade: O cristão é chamado a participar

Todos os anos, A Igreja Católica no Brasil, promove durante a quaresma a Campanha da Fraternidade. Essa iniciativa da Igreja, lembra a todo o cristão, como diz o Papa Francisco, que o tempo da quaresma, é tempo oportuno para os cristãos saírem da própria alienação existencial, que pela meditação a palavra de Deus nos conduz às obras de misericórdia (Texto base CF2019). Esse ano a proposta da campanha da fraternidade quer discutir a necessária importância das políticas públicas na vida das pessoas, que quando bem dirigidas promovem a vida e o desenvolvimento das pessoas. O tema é Fraternidade e Políticas públicas, e o lema retirado do livro do profeta Isaias 1,27 afirma que “Serás libertado pelo direito e pela justiça”. Nada mais oportuno para chamar a atenção dos cristãos para o desafio de contribuir para a construção de politicas públicas que visem a vida em plenitude e para todos as pessoas, como nos lembra São João no seu evangelho do anúncio que o mestre Jesus faz, “eu vim para que todos tenham vida e tenham em abundância”(Jo 10,10). Para defender e solidarizar-se com os pequenos e os sofrem, é preciso atuar ativamente na sociedade para que, guiados por princípios cristãos, possamos apoiar ou propor politicas públicas que visem garantir a vida digna para todos. Uma Igreja samaritana e servidora no sentido mais profundo da diaconia, que leva os cristãos a agirem nos conselhos de participação popular e outros espaços de construção de politicas publicas nas mais variadas áreas: educação, saúde, mobilidade urbana, meio ambiente, cultura, moradia, criança e adolescente, mundo do trabalho e outras tantas realidades que demandam a nossa participação. Para isso é preciso que os cristãos retomem um espaço que já tiveram maior atuação e sempre foi seu por mandato evangélico: o do cuidado com os mais pobres e com os que sofrem e tem seu direito à vida plena ferido. A nossa ausência, como cristãos engajados, nesses espaços permitiu, que outros o ocupassem. E quando alguns cristãos exerciam esse papel, dada a essa ausência orgânica, eram confundidos e criticados por parecerem assumir essa ou aquela posição política. Nossa motivação foi e sempre é o Evangelho, como nos lembra Dom Helder Câmara, o que nos coloca não na condição de ser apenas militantes de partidos, mas o que nos motiva é algo maior o desafio de construir a cidade de Deus aqui na terra, como bem lembrava Santo Agostinho. Nossa posição é profética, como os profetas na Bíblia, que denunciam as injustiças contra o seu povo, já como bem ressalta Santo Oscar Romero que dizia “uma pregação que não denuncia as realidades pecaminosas, no seio das quais se faz a reflexão evangélica, não é evangelho”. (18/02/1979). Recordo do engajamento, em décadas passadas, de cristãos no conselho municipal de saúde, vindos das pastorais e da participação de tantos outros no orçamento participativo, na defesa dos sem casa e em outros espaços de participação na construção de políticas públicas. Mais ainda há muito o que fazer. Há a necessidade de incentivar a participação e formar e orientar os cristãos para exercer essa função no serviço aos irmãos. Os desafios estão colocados, cabe a nós cristãos aceitarmos o chamado dessa campanha da fraternidade para viver e testemunhar a nossa missão no mundo, para construir um mundo mais justo e fraterno e dessa forma muito mais cristão. Normando Martins L. Filho Professor e Leigo atuante na Paróquia Jesus Cristo Libertador.


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