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BIOGRAFIA

Padre Antônio Caetano Evangelista

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40 ANOS DA PARÓQUIA

JESUS CRISTO LIBERTADOR

     Atendendo ao pedido de nosso pároco, padre André, quero nesta oportunidade tentar relatar o surgimento de nossa paróquia. Sinto que não é fácil, já que a criação da paróquia foi totalmente diferente, ou fora dos parâmetros comuns.

     Ordenei-me padre em 15 de agosto de 1981. No final do mês de setembro, Dom João de Resende Costa, bispo da arquidiocese de Belo Horizonte me enviou ao Tirol, para iniciar o trabalho de organização da paróquia, ou seja, desmembrá-la da paróquia São Paulo da cruz, dos padres da congregação dos Passionistas, que sem dúvida fizeram um grande trabalho em toda a região do Barreiro. Eles, com a colaboração dos seminaristas da congregação implantaram uma mística de fé e de igreja na região do Tirol, Jatobá, Sol Nascente e outros.

     A Igreja São Geraldo, era mais um galpão: paredes e telhados, e uma pequena sala onde guardavam as coisas das celebrações. Mas, já era “comunidade gente”, de povo animado e comprometido com a construção de uma igreja renovada e renovadora.

     Havia a comunidade de Santo Antônio de Pádua. Também com a presença de povo, com as celebrações de missa e da Palavra tendo como ponto forte os vicentinos e catequese infantil.

     Também  já existia a comunidade de São Vicente de Paula, que  tinha uma boa igreja, sem ligação física com a Cúria Metropolitana, já que o imóvel pertencia à conferência de São Vicente de Paula, que nunca abriu mão do imóvel para a Cúria.

     A comunidade de São Francisco de Assis era bastante animada. Não tinha igreja, apenas uma laje de uns 30m e ali celebravam. Mas a comunidade era muito viva, bastante animada. Ela foi formada por pessoas, senhoras e senhores, oriundos de outras paróquias para morar no conjunto Túnel de Ibirité – Tirol. Sem dúvida, a comunidade São Francisco influenciou muito a construção do bairro, já que a fé e a organização social caminhavam juntas. Eram vividas e celebradas dentro do espírito da história do povo e de suas necessidades espirituais e materiais.

     No contexto geográfico, também pertenciam a nossa paróquia as comunidades:  Seara, hoje, Santa Gemma Galgani, Cristo Sol Nascente, São Judas, Palmares Novo e Palmares Velho.

     Ao longo do tempo a paróquia foi dividida, reorganizada, permaneceram as seguintes comunidades: São Geraldo, São Francisco, Santo Antônio e Nossa Senhora do Carmo. Esta última, integrou-se temporariamente à Paróquia São Judas. Hoje eu não sei como está a situação no campo jurídico, já que na ocasião da transferência, Dom Serafim fez a tramitação dizendo que seria temporário, até os problemas serem solucionados.

     Ao longo dos anos foram surgindo às novas comunidades, que hoje compõem o belíssimo corpo da paróquia. Primeiro, veio “Nossa Senhora da Anunciação”, depois: as comunidades “Nossa Senhora do Monte Calvário e Santo Oscar Romero”.

     Iniciei o meu ministério na paróquia, nos meados de setembro de 1981. Não havia casa, alugamos com a ajuda da Cúria um barracão na antiga rua 19, número 360. Hoje, rua Vereador Ciro Canaã, na qual, continuo morando, em casa própria. Eu sempre morei na minha casa, mesmo quando construímos a casa paroquial onde moraram o padre José Fernandes (já falecido) e o Dom Roque Rabelo, primeiro bispo da região Nossa Senhora  Aparecida.

     Não tive posse, quem me “entronizou” na paróquia foi um seminarista dos Passionistas. Fui juntamente com o povo, organizando a paróquia no campo espiritual, pastoral e administrativo. Organizamos os horários de celebrações de missas e cultos, que já tinham uma grande aceitação por parte do povo. A catequese e o trabalho com a juventude já eram bastante fortes, muito vivos. Haviam bastante crianças na catequese e também jovens nos grupos e na preparação para o crisma. O número de catequistas nas comunidades era bastante significativo, muitos jovens dedicando-se aos “jovens” e as crianças. Na comunidade São Francisco, a catequese de adultos era algo de especial.

     Em 1982, Dom João de Resende Costa criou juridicamente a paróquia, com o belíssimo nome de Jesus Cristo Libertador, isto no dia 11 de fevereiro. Cabe aqui, uma observação sobre o nome da paróquia. Naquela ocasião, a Igreja no Brasil e em toda a América Latina vivia um tempo especial, a Teologia da Libertação estava a todo vapor. O teólogo Leonardo Boff escreveu um livro intitulado “Jesus Cristo Libertador”, uma obra prima. Nesta ocasião Roma cortou ou reduziu, os trabalhos do teólogo. (Foi acima de tudo uma falta de compreensão com o teólogo e também com os empobrecidos).

     Assim, na escolha do nome da paróquia foram apresentados e discutidos vários nomes. No final ficaram dois, para o próprio bispo bater o martelo. Os nomes foram:  Maria Esperança dos Oprimidos e Jesus Cristo Libertador. Quando o bispo viu os dois nomes, ficou com aquela cara de criança sem o pirulito e disse: “Padre Caetano, esses dois nomes são muito polêmicos. Você me coloca em uma situação difícil. Não dá para ver outro nome?”  -- eu disse a ele: “O povo está muito entusiasmado, seria ruim, neste momento, esfriá-los, e perder tal entusiasmo.” Então, com aquela delicadeza de pai, ele disse:  -- “Fica Jesus Cristo Libertador.” foi sem dúvida um nome acolhido com alegria por todos.

     Então, a partir da data de 11/02/1982 foi criada a paróquia Jesus Cristo Libertador e confiado a mim, padre Antônio Caetano Evangelista, o cuidado e a condução do povo de Deus. Com o povo, com os nossos pastores ao longo da história, nossa paróquia vem fazendo uma belíssima caminhada de fé, esperança e principalmente de igreja. Tendo o padre José Adilson Pontes como segundo pároco e hoje, o padre André Magela Januário, a quem agradecemos por dar continuidade a vida e a caminhada do povo de Deus na belíssima paróquia Jesus Cristo Libertador nestes 40 anos de evangelização.

   

    Fraternalmente,

    Padre Antônio Caetano Evangelista,

    Nos 40 anos da paróquia.

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